domingo, 4 de outubro de 2009

Iluminação, uma meta???

O que é iluminação e como atingi-la?

Iluminação, tal como você colocou é uma meta a ser obtida. No mundo da dualidade, para saber se uma meta foi atingida, alguns parâmetros são suficientes para confirmar sua obtenção. Numa escalada, por exemplo, você sabe aonde quer chegar. Há mapas daqueles que já a escalaram, fotos de satélites, GPS e coisas do gênero. De posse deles, você define sua estratégia e começa aventura. E num determinado momento, chega ao topo da montanha. Este era o objetivo e você o atingiu. E ali está você, pronto para a fotografia. Ali está a prova do seu sucesso, visível, clara, objetiva. Você sabe que chegou ao topo. Há a montanha e você. Você desce e ela continua lá, a espera que outros aventureiros a escalem.

Mas iluminação não pertence à dualidade.Não é uma meta. Não pode ser. Se fosse, já teríamos mapas definindo como obtê-la. Mas não há mapas. Há apenas um desejo, vindo não se sabe de onde a lhe empurrar. Há uma enorme insatisfação com a forma como as coisas são percebidas, como se “isso” não fosse suficiente, ou como se “isso” não o satisfizesse. Eis o começo da busca acontecendo. Ele tem um pouco de loucura embutido, pois você não sabe exatamente o que quer. Sabe o que não quer mais. E se atira em busca de algo diferente. É algo ao mesmo tempo lindo e incompreensível...

Não há indicadores de obtenção para a iluminação, ou pela interpretação dúbia do seu significado ou pelo desconhecimento do que está sendo buscado...

Não sabemos exatamente o que buscar. Para dar algum sentido ao movimento que acontece, dizemos (às vezes) que estamos buscando a felicidade, ou a liberdade. Em ambos está embutido o sentido de liberação do “status quo”. Sidharta Gautama, há milhares de anos atrás, contrariou este sentido comum. Ele usou a palavra Nirvana em substituição a ”moksha” (liberação). Seu significado (literal) é “apagar a vela” ou “chama sendo apagada”. Budha colocou as coisas em seus devidos lugares, pois “moksha” (liberação) dá o sentido de ser alcançada por quem a busca, algo que deixa rastros. Nirvana, por sua vez, dá o sentido exato, pois mostra que não há um atingimento, merecimento nem algo a ser liberado, mas simplesmente a extinção de todas as idéias (chama) do que isso poderia ser. E a extinção de todas as idéias elimina todos os mapas. Sobra apenas aquilo que é, sempre, aquilo que ele (Sidharta) chamou de “caminho do meio”, o eterno agora.
Love
Deva

1 comentário

Anônimo disse...

Gostei muito da distincao de moksha e nirvana. Abracos. Ronaldo

Postar um comentário

Esqueleto by UsuárioCompulsivo :: Design by Priya :: BlogBlogs.Com.Br ^