sábado, 9 de maio de 2009

Limites Imaginários

De tanto ouvir falar sobre liberdade ficamos empenhados na sua obtenção. Este aparente empenho é louvável em essência, mas superficial. Ele aparece até em propagandas de produtos, mostrando o quão maravilhosa seria uma vida com liberdade – desde que usemos o tal produto que ela alardeia, é claro – mostrada com lindas imagens em ação. Não percebemos que apenas estamos nos enganchando em mais uma prisão. É fácil de entender porque esta prisão não é percebida com clareza. Algo físico é mais palpável: alguém preso numa cela. Cá estamos do lado de fora olhando o preso lá dentro, com seus movimentos tolhidos. Isto pode ser visto e entendido... Mesmo que a diferença seja apenas o lado em que estamos e o tamanho da prisão...

Da mesma forma que o preso na cela, estamos absolutamente presos numa cela imaginária. Presos a idéias e a conceitos. Assumimos como verdadeiro, desde cedo, tudo o que os “arautos da liberdade” – pais, padres, professores e terapeutas - nos disseram. “Faça isso, não faça aquilo e você obterá a desejada liberdade”. E acreditamos, sem questionar, que estamos em regime prisional e que precisamos nos libertar.

E aqui estamos nós enrolados na armadilha mental. Mas se olhamos com carinho vemos que em primeiro lugar pais, padres, professores e terapeutas apontam para qualquer coisa menos liberdade, pois não sabem. Em segundo lugar, você não sabe! Há um ruído na comunicação entre o que é definido como liberdade e o que você entende, algo como cegos guiando surdos. Há uma tensão (irreal) entre conceitos, entre idéias. Não há uma vivência direta. Não pode haver, pois o próprio desejo de liberdade mostra um profundo mal-entendido, uma névoa que o separa da liberdade derradeira.

Em outras palavras, você está preso na armadilha da busca da liberdade. Você está limitado por conceitos. Esta limitação é que produz o desejo de ser livre. Um conceito gerando outro numa orgia reprodutiva sem fim.

Para sair desta “roda de Samsara”, algo precisa ser investigado: quem sente-se preso? Quem se identifica como prisioneiro? Quem percebe o prisioneiro? Investigar respondendo estas questões talvez seja a chave para eliminar os mal-entendidos e viver diretamente o “sujeito” absolutamente livre de todas as idéias de como as coisas deveriam ser...

Esta clareza também elimina a armadilha da divisão, que gera continuamente até mesmo todos os “nós” e “eles” descritos acima...
(Deva)

3 comentários

pensar disse...

OI Deva,
Adorei o blog e estou colocando na minha lista de blogs preferidos no contraditorio "pensar".... www.pensoideias.blogspot.com
Bjs Mari

Daniella disse...

Estou viciando no blog :)

Fatah disse...

"Ego" condicionamentos de lavagem cerebral)...
Liberdade, liberta da idade, sou criança,adolescente,adulto,maduro,velho,adoro dormir chupando bico e acordar sem culpa de me permitir simplesmente ser.....Vivo fora da receita de bolo dos padrões de vida, até então estabelecidos.....viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar a beleza de ser um eterno aprendiz......

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