sexta-feira, 8 de maio de 2009

Songs of myself

Segue uma tradução livre. Havia sublinhado alguns trechos que considero marcantes.
Vi em seguida que quase todo o poema estava sublinhado... -::))
Traduzir Walt Whitman é uma viagem em todos os sentidos que isso possa ter.

Estrofe 20
Quem é que vai por aí ansioso, vulgar, místico, nu?
Como é que eu tiro energia da carne que como?
O que é um homem, enfim?
O que eu sou?
O que você é?
Tudo o que eu digo que é meu, você pode equilibrar dizendo que é seu...
De outro modo, escutar-me seria perder tempo.
Não ando pelo mundo a lastimar o que o mundo já lastima em demasia:
que os meses sejam um vácuo e o chão lama e podridão.
A gemer e acovardar-se, coberto de farinha para inválidos,
o conformismo pode ficar bem para os de quarta categoria;
Eu ponho o meu chapéu como bem quero, dentro ou fora da casa.
Por que iria eu rezar?
Por que haveria eu de me curvar e fazer rapapés?
Tendo até os íntimo investigado,
analisado até um fio de cabelo,
consultado doutores e feito os cálculos apropriados,
eu não encontro gordura mais doce
do que a inserida em meus próprios ossos.
Em toda pessoa eu vejo a mim mesmo,
nem mais nem menos um grão de mostarda,
e o bem ou mal que falo de mim mesmo
falo dela também.
Sei que sou sólido e são,
para mim num permanente fluir
convergem os objetos do universo;
todos estão escritos para mim
e eu tenho de saber o que significa, o que está escrito.
Sei que sou imortal,
sei que esta minha órbita não pode ser traçada
pelo compasso de um carpinteiro qualquer.
Sei que não passarei assim, como uma verruga de criança
que à noite se remove com um alfinete flambado.
Eu sei que sou majestoso,
não vou perturbar a paz para mostrar quanto valho
ou para ser compreendido: tenho visto que as leis elementares jamais pedem desculpas.
(Reconheço que, afinal de contas, não considero meu orgulho mais do que considero a minha casa.)
Existo como sou, isso é o que basta:
se ninguém mais no mundo despertar,
eu me sento contente;
e se cada um e todos despertarem,
eu contente me sento.
Existe um mundo desperto,
e este é o maior para mim: o mundo de mim mesmo.
Se a mim mesmo eu chegar hoje,
daqui a dez mil ou dez milhões de anos,
posso alcançá-lo agora bem-disposto
ou posso bem-disposto esperar mais.
O lugar de meus pés está assentado em granito:
rio-me do que dizem ser dissolução
E conheço a amplitude do tempo...
(Walt Whitman)

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