sexta-feira, 12 de junho de 2009

Buda em pele de mendigo

P: Você foi um homem-fogo nos Temazcais da Priya e do Haroldo, mas o que diz questiona o Caminho Vermelho. Os caminhantes não gostam o que você diz. Onde isso leva?

R: Onde você quer ir? Veja sob este ponto de vista: questões estão sendo levantadas, questões que confrontam o sistema de crenças construído em torno do “Caminho Vermelho”. E o confronto incomoda! Há muito investimento nesta opção de busca. É muito longo esse caminho para descobrir a si mesmo... Homem-fogo, homem-pipa, homem-criança, homem-doutor, homem-sei-lá-o-que... São apenas nomes... O que isso importa?
O Temazcal pode ser uma ferramenta a apontar para a Verdade, como um satsang, ou uma fonte de mal-entendidos atrás do véu de Maya. Depende de quem o conduz...
É tudo muito simples! A proposta do Temazcal no Arupa é responder a pergunta fundamental: quem sou eu? No escuro profundo onde os limites do corpo desaparecem são feitas as perguntas que podem lhe ajudar a esclarecer... Não é necessário uma inteligência sofisticada ou uma imaginação muito criativa... Basta relaxar e perceber que o quer que seja feito, o que quer que seja pensado ou imaginado, é sempre observado... Se pode ser observado, é um objeto. Quem é o Sujeito? Quem é essa observação silenciosa e pacífica?
Paz, tranqüilidade, graça... Qualquer destas sensações são criações do mecanismo corpo/mente... são pensamentos acontecendo... Isso que você é não pode ser nada que você possa criar, pegar, sentir, cheirar ou experimentar de qualquer forma... Você não pode ser experimentado! Isso lhe tranqüiliza?
Todas experiências são apenas manifestações daquilo que Você é... Isso amedronta? Este vislumbre talvez faça com que o medo aconteça. Medo acontece no falso ao se perceber... falso!
Não se divida! Enquanto estiver buscando estará dividido entre quem busca e o que é buscado. E não importa quão bela seja a imagem daquilo que você idealiza e busca, você não encontrará. Caso encontre, não pode ser Você!
Você precisa entender que você só “encontra” objetos, todo o tempo! Objetos podem ter sua existência provada. Objetos podem ser observados, medidos... Você, não!
Há um medo inconsciente por trás desta busca insana. Você cria a idéia de que se você realmente acordar para a sua verdadeira natureza você virará um maluco... Um maluco beleza... “Buda era um cara legal, mas nos dias de hoje ele seria um mendigo”... Então, a notícia que tenho para lhe dar é que você já é um mendigo, agora. Você é um Buda em pele de mendigo, uma espécie de “mecanismo búdico” mendigando bênçãos búdicas... Agora!
Não peço que você acredite nisso, pois você estaria repetindo tudo o que fez até agora. Peço que você pesquise, que você pergunte, teste... e que você descubra por você mesmo aquilo que você já é, Agora! Arrisque-se! O que você tem a perder?

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