quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Medo do que?

P: Tenho medo do que, então?

Beloved,

O que é o medo se não um pensamento do qual não gostamos? Ou do qual temos medo? A questão não é o pensamento em si, mas a credibilidade a ele atribuida. Gostamos de pensamentos bons, que geram sentimentos considerados bons. Não gostamos de pensamentos ruins que geram sentimentos desagradáveis. Mas o substrato do qual eles são compostos(se algum) é o mesmo. Nos apegamos aos sentimentos bons e queremos que os ruins passem depressa. Ou não venham. Este fazer algo a respeito é o que os validam. Temos medo do medo. Essa espiral é que o torna tão "poderoso".

Algumas coisas precisam ser percebidas. Em primeiro lugar, pensamentos nascem. E morrem. A todo momento. A mente é uma antena receptora do ambiente que a cerca. Todos os sentidos são suas fontes de informação, matéria prima para mais pensamentos. Além disso ela é uma classificadora automática de pensamentos, baseada nas informações obtidas e armazenadas no passado. Bom, ruim, bonito, feio. Acreditamos neste julgamento (um pensamento) sem questioná-lo. Ele origina a rejeição ao que é feio ou ruim. E o gostar do que é bonito ou bom. Com atenção poderemos perceber que nada podemos fazer com os sentimentos bons. Eles vêm e vão. Somem. O mesmo com os ruins. Na verdade tudo vem e vai! Há uma impermanência constante na dualidade. Nada pode ser feito a este respeito. Nada! O medo acontece. E desacontece. Se nada for feito ele desaparece de onde veio. Se algo for feito ele permanece um pouco mais. Mas desaparece da mesma forma. A aceitação do sentimento o dissolve. Somente a aceitação. Lutar contra dá vida ao que não tem vida em si mesmo. A não aceitação nos torna ocupados e ansiosos gestores de pensamentos. A aceitação nos torna testemunhas de tudo o que acontece e desacontece. A não aceitação é um fazer da mente. A aceitação apenas é. Sempre.

Love

Deva

4 comentários

Anônimo disse...

Perfeito
"as usual"

Anônimo disse...

é mesmo. ter medo de ter medo, correr atrás do rabo e assim por diante. muita lucidez. Obrigada. Ana M.

Anônimo disse...

Mas se basta aceitar, por que a aceitação é tão difícil? Acho que não basta apenas querer, pois se for, não é um fazer também? Abração! Parabéns pelo blog. Mano

Anônimo disse...

Aceitar ou não aceitar são apenas objetos/pensamentos que surgem na consciência, como pode a "aceitação nos tornar testemunhas de tudo que acontece e desacontece" se a própria aceitação é testemunhada?Se algo pode me tornar a testemunha este algo é anterior a eu e anterior a eu só Aquilo que eu sou manifestação!
Niraj ops, Shanti. hehehe
Beijos.

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